A relação entre o espaço real e o imaginário é a essência da arte de Bê Sancho que, com sensibilidade, opera a dissolução do que é efêmero. Por meio de seu trabalho, vemos que a dimensão utópica do afeto está mesmo na essência da criação artística. É na circulação de vozes e diálogos que a sua arte nasce, com a instauração de espaços-tempo que recriam laços de afeto, potencializam os vínculos e propõem uma revolução dos nossos modos de perceber e habitar o mundo. O artista nos revela que a intenção humana é construída sobre o fundamento de sonhos por uma vida melhor. Essa utopia dá sentido à nossa própria existência, pois exige que levemos sentido às nossas relações, tornando-as mais humanas e fraternas. A arte, com seus ritmos, pulsa na iluminação de suas imagens. Com as estruturas e as geometrias. Com os devaneios e constelações de seus significados. Conviver com a arte de Bê Sancho pode significar a apreensão dos múltiplos sentidos que suas obras desvelam. Múltiplas travessias. Pura utopia.